05/03/2017

egoreflexões : maturidade.

Tagarela e teimosa. Ou melhor, teimosa e tagarela, nesta ordem, são as duas palavras com as quais mais ouvia meu pai me descrever quando eu era criança. Eu concordo e digo mais : essas duas características seguem se aplicando a mim. No entanto, acho que consegui amadurecer em certos pontos. A teimosia, a princípio birrenta e nutrida pela vontade de estar certa em qualquer circunstância, vai se transformando em pilar ao qual posso recorrer quando sinto que estou me desprendendo da minha essência ou dos valores que quero carregar comigo. A criança tagarela, por sua vez, está aprendendo pouco a pouco a tentar ouvir e escutar antes de falar. A quantidade de palavras vai deixando lugar para a qualidade.

Aceitei uma coisa primordial quando se trata de debater qualquer assunto com alguem que não compartilha a minha opinião : não vou convecer a pessoa de que estou certa. Partindo desse princípio, meu discurso não terá como objetivo convencê-la, e sim, apresentar minhas ideias do modo mais claro possível. Não digo verdades, abro questões. Isso permite que eu me poupe, e que eu poupe a pessoa também. Não quero convencer ninguém de nada, então não passo raiva quando a pessoa teima (veja só) em discordar de mim. Como meu único objetivo é expôr, consigo medir minhas paixões e acaloramento na hora de tomar a palavra. Apesar de ser um exercício difícil, observei que em várias circustâncias, falar calmamente e em voz baixa é mais eficaz do que começar a gritar e me alterar. 

Essas coisas não são novidade para ninguém, mas na vida de uma tagarela teimosa são uma revolução.